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Jaime F. Ribeiro

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O TEMPO E A HORA


O Problema da Hora na Actualidade - Extractos
Relatório de 1948 da autoria do Eng.  Geógrafo José António Madeira


2 - Apresentação do Relatório no Instituto para a Alta Cultura 

"Partindo de Lisboa em 15/3/47, apresentei-me no Bureau International de l'Heure, no dia 20 do mesmo mês, tendo começado os meus trabalhos nesse mesmo dia, sob a superior orientação do ilustre Director daquele Serviço, Doutor  Nicolas Stoyko, e em 21 fui recebido pelo Exmo. Director do Observatório de Paris, Prof. A. Danjon.
Em 6-7-48, parti para Londres, sendo recebido em 8 pelo Astrónomo Real de Greenwich, Sir Spencer Jones.
No dia seguinte, apresentei-me no Serviço da Hora, em Abinger, perto de Dorking North, alternado as minhas visitas    entre esta secção e as de Greenwich.
Em 18, visitei as instalações  dos " Relógios Falantes " de Londres, em Holborn Telephone Exchange.
De regresso ao Bureau International de l'Heure, visitei o Observatório de Bruxelas, em Uccle, retomando os meus trabalhos naquele estabelecimento científico em 26 de referido mês de Julho, os quais foram concluídos em 15 de Setembro do mesmo ano ".

...............

"No que respeita ao Serviço Nacional da Hora, cuja criação se propôe neste relatório, tive apenas  em vista prestar ao País uma modesta contribuição sobre os novos conceitos da hora, relacionados com as nossas necessidades científicas  e técnicas, neste ramo da ciência, visando assim um fim de verdadeiro interesse nacional.
Além do apetrechamento que se  descreve, estudou-se também o projecto de um novo transmissor de sinais horários, um pouco diferente  dos sistemas actualmente existentes nos observatórios estrangeiros ".
...............

"Suponho que o Serviço Nacional da Hora, compreendendo emissões de sinais horários científicos e de  frequências, é uma necessidade que se impõe não só pela posição geofrafica que ocupamos, quer na Europa, quer noutros continentes, como também pelos riscos que se poderia  correr, ficando dependentes da estratégia estranha, em caso de guerra, sabido como é por todos que bastantes emissoras emudeceram ou alteraram as suas gamas, durante a última conflagração mundial, sendo até utilizadas, algumas vezes, na cifra e na espionagem.
Como é lógico, um centro da hora nas  condições que se propõe, interessa a todos os serviços públicos e particulares,. mas mais  directamente àqueles que a seguir, indiscriminadamente, se indicam:
  • Emissora  Nacional de Radiodifusão
  • Direcção dos Serviços de Electricidade e Comunicações do Ministério da Marinha
  • Direcção dos Serviços de Hidrografia, Navegação e Meteorologia Náutica
  • Administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones
  • Direcção Geral e Companhia dos Caminhos de Ferro
  • Companhia dos Telefones
  • Administração dos Portos  de Lisboa e do Douro e Leixões
  • Aeronáutica Civil e Militar
  • Serviço Meteorológico Nacional
  • Laboratório Nacional de Radioelectricidade ( a criar )
  • Estudos de balística e aplicações do radar e outras questões militares
  • Observatórios Astronómicos
  • Laboratórios de Física
  • Instituto Geográfico e Cadastral
  • Junta da Missões Geográficas ( Ministério das Colónias )
  • Empresas produtoras e distribuidoras de energia eléctrica
  • Universidades
  • Liceus, colégios e grandes escolas do ensino elementar e técnico
  • Hospitais
  • Ministérios
  • Grandes fábricas e casas bancárias, etc.
Posto isto, Excelentíssimo Senhor Presidente, consciente de ter cumprido, espero merecer a vossa aprovação ".
A Bem da Nação
Lisboa, 15 de Novembro de 1948
José António Madeira  


Nota do Blogger:


Não sei se o Serviço Nacional da Hora proposto, neste relatório, alguma vez foi constituído ou funcionou. O que sei, é que em 1965  aceitei um convite  da CNE- Companhia Nacional de Electricidade ( hoje REN ), para ingressar na companhia e aí desenvolver uma  Rede Horária, que fosse credível para clientes e fornecedores,  em virtude dos desfasamentos horários então existentes e dos custos  envolvidos.
Completado o projecto,  em 1966,  havia então que  construir os Relógios  especificamente concebidos para o efeito o que esteve  na  origem da  minha transferência para a Fábrica Nacional de Relógios - Reguladora SARL,  onde fui assumir o lugar de Director Técnico, em substituição   do meu   Mestre Suíço Walter Sutter, que entretanto havia regressado ao seu país. Em 1969 os Relógios começaram e ser fornecidos e em 1970 a  Rede Horária da CNE estava a funcionar com plena satisfação  dos interessados.

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