curiosidades

BEM VINDOS !


Caros amigos, apreciadores da arte e da tecnologia de relojoaria, de todos os tempos. Este blog é nosso . Colaborem com as vossas ideias e sugestões.

Caros visitantes este Blog vai passar a ter duas páginas. Esteja atento à nova página: TECNOLOGIA DE RELOJOARIA.

BEM VINDOS !

Jaime F. Ribeiro

domingo, 22 de novembro de 2009

RELÓGIOS MECANICOS

RELÓGIOS GÓTICOS

Transição, nos instrumento de medição do tempo, para os Relógios Mecânicos .

“ Ficámos decadentes logo que perdemos as novas tecnologias, dos relógios e outras . Perdemos ( …) também a economia dos mares em favor dos fabricantes dos relógios, os ingleses e os holandeses “

Parece evidente, que ao longo da história da humanidade, as pessoas sempre inventam ou descobrem os recursos, de que necessitam, para satisfazer as suas necessidades.

O caso da Relojoaria não é excepção. E, de facto, as necessidades que as pessoas foram tendo em medir o tempo, em intervalos cada vez menores e com maior rigor, além também de disporem de instrumentos tão independentes quanto possível, da instabilidade e curta duração das fontes de energia, acabaram por conduzir, no finais do século XIII, princípios do século XIV, ao aparecimento dos primeiros Relógios Mecânicos, que apresentavam significativas melhorias relativamente aos instrumentos anteriores ( Relógios de Sol, Clepsidras, Ampulhetas e outros ).
Embora existem duas referências históricas da existência relógios, considerados mecânicos, anteriores ao ano de 1300, uma em Chartres-França datado de 1258 e outra em Londres , de 1283 e de que o sistema de escape usado nos relógios, foi uma invenção de um senhor chinês chamado IHING no ano 726, da nossa era, a verdade é que existe um enorme consenso de que foi em 1300, na Catedral de Bauvais - França, que foi instalado o primeiro relógio considerado mecânico.
Seguindo-se uma enorme lista de locais religiosos e públicos, por toda a Europa, onde foram instalados aqueles relógios, com sucessivas inovações,quer de design quer de funcionamento. A título de curiosidade indico algumas dessas datas e locais de instalação, mais emblemáticos, nos primeiros 100 anos .

1306 – Milão – Itália, Igreja de St. Eustorgio, reconhecido como o primeiro relógio em Itália com mostrador no exterior.

1334 – Paris – França “ C’est l’horloge du Palais / Qui marche comme il lui plait “

1344 – Londres – Inglaterra. É instalado o relógio da Catedral de St. Paul, com indicação sonora das horas.

1354 – Strasbourg – França, Catedral. Primeiro relógio com informação astronómica.

1363 – Zurich – Suisse , Igreja de St. Pierre com informação sonora

1368 – Londres, Abadia de Westminster, relógio com informação sonora.

1380 – Frankfurt – Alemanha, Catedral, relógio astronómico.

1407 – Bale – Suisse, é instalado um relógio público, na fachada da Câmara Municipal


Durante os dois séculos que se seguem, XV e XVI, são aos milhares os relógios mecânicos instalados , em igrejas , conventos , palácios e locais públicos, por toda a Europa, para além dos de utilização doméstica e cada vez com informação mais completa sobre as horas e astronomia, ainda que no essencial e durante este período mantenham basicamente à mesma estrutura construtiva.

Todos este mecanismos de torre ou domésticos, têm nos pesos a sua fonte de energia, o sistema de escape é o Foliot ou Foliot circular e o sistema das engrenagens (rodas e carretos ), são colocados na vertical e apoiados numa estrutura de ferro com “ buchas “ de bronze . Esta estrutura vai manter-se até cerca de 1741, altura em que a luta pelo predomínio do mercado deste relógios, entre a França e Inglaterra, leva o Francês Julien Le Roy a inventar uma nova estrutura com a colocação do “ trem “ de engrenagens na horizontal. Este sistema, por ser mais económico ( menos peças e menos trabalho ) , melhor distribuição da força e menos atrito, logo mais duração e ainda maior facilidade de montagem e desmontagem ( importante nas manutenções ), acabou por se impor ao mercado, como o relógio mecânico de torre, ideal, e assim chegou até aos nossos dias com a designação de relógio horizontal, para os distinguir da estrutura vertical, com que inicialmente apareceram.



A figura 1 mostra o esquema básico dos primeiros relógios mecânicos





A figura 2, o princípio de funcionamento do escape Foliot





A figura 3, um relógio de torre vertical








A figura 4 um relógio de torre horizontal do palácio da Bastilha- França





O desenvolvimento da relojoaria é reconhecido como um valioso contributo para o progresso da ciência e da economia e os seus protagonistas valorizados e prestigiados .


E em Portugal ? …A tradição !... :

“ Ficámos decadentes logo que perdemos as novas tecnologias, dos relógios e outras . Perdemos ( …) também a economia dos mares em favor dos fabricantes dos relógios, os ingleses e os holandeses “ – Carlos Fiolhais, referido no livro, História do Tempo em Portugal, de Fernando Correia de Oliveira.

Enquanto em França e outros países da Europa , em meados do século XIV, a profissão de relojoeiro e construtor de relógios é reconhecida, prestigiada e fonte de progresso económico e tecnológico, em Portugal segue-se a tradicional indiferença / apatia / arrogância ( ? ), sendo que as primeiras informações relevantes datam de meados/ finais do século XVI ( duzentos anos depois da França ! ). Entre nós, existem referências dispersas à profissão de relojoeiro, como na cidade de Lisboa -1570 e a um “mestre de fazer relógios “ em Guimarães – 1585 e a alguns locais com relógios de torre com Santarém, Marvila , Serpa, Tomar e outros , mas sem se perceber bem a lógica da sua instalação, a sua importância ou contributo para o desenvolvimento local ou regional.
Até princípios do século XVII são irrelevantes as referências sobre a importância dos relojoeiros e de construtores de relógios, em Portugal, bem como do seu contributo para o desenvolvimento da economia, da ciência e da tecnologia nacionais, ao contrário do que estava sendo feito por toda a Europa e foi continuado nos séculos, onde a evolução da relojoaria teve um contributo fundamental no desenvolvimento de atitudes profissionais e sociais de rigor.
Assim e talvez mais grave do que termos perdido a tecnologia, foi não termos aprendido a estar a horas e a fazer o que deve ser feito, quando tem de ser !
Nos finais do século XV dão-se ainda duas descobertas importantes, para a evolução da relojoaria, o aparecimento da “ mola “ como órgão motor , que começa a substituir os pesos nos “ relógios domésticos” – 1460, com o aparecimento dos primeiros relógios de mesa – fig.5, e os estudos de Léonard de Vinci – 1494 sobre um seu sistema de escape para relógios de pêndulo, que não chegou ser realizado.

Fig. 5

No século seguinte, em 1583 Galileo descobre o isocronismo das oscilações do pêndulo. Tendo sido condenado pela inquisição em 1633, Galileo transmite ao seu filho Vincenzo em 1641, o resultado dos seus estudos de um sistema de escape para pêndulo.

Com o aperfeiçoamento dos relógios de torre, o aparecimento da “mola “, como fonte de energia e as descobertas de Galileo nasce uma nova Era na relojoaria e para a ciência em geral. Mas sobre isso falaremos noutra ocasião.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

LIDERANÇAS

Capítulo I

O tema Liderança tem sido, estou bem certo disso, um dos mais atractivos e motivadores da minha vida, quer a nível pessoal quer profissional. Primeiro porque muito cedo, aos 12 anos de idade, fui confrontado com a situação de aprender a viver sozinho, depois porque aos 16 fizeram de mim um Monitor de 30 colegas de colégio, para aos 26 anos ser convidado para a função de director de uma fábrica, com cerca de 600 pessoas.

Em todas aquelas experiências, tão extraordinárias, como surpreendentes, mas muito enriquecedoras, aprendi essencialmente com os erros que fui cometendo, com a dedicação de muitos dos meus colaboradores, com a reflexão sobre os erros, sua consequências e acções para os evitar. A principal conclusão a que cheguei, validada até aos dias de hoje, é de que uma boa Liderança não é uma questão de força, mas de inteligência.

Assim e graças às oportunidades que me foram sendo proporcionadas por empresas Americanas, onde trabalhei, entre 1972 e 1997, no desempenho de diversas funções de Direcção e Consultoria , fui consolidando a ideia de que para além das múltiplas definições que aparecem nas dezenas / milhares (?) de livros sobre estes assuntos, a Liderança pode resumir-se a; uma relação entre o Líder e os seguidores (liderados ), da forma como ambicionam, procuram e se esforçam, em conjunto ( equipa ), para alcançarem uma visão / acção partilhada.

Mas e para chegar a esta definição, aparentemente simples, um bom Líder;
aquele ou aquela que sabendo interpretar causa / ideias e pretensões /
ambições, combina de forma eficaz a acção com a reflexão, trabalha
com a sua equipa, na definição de metas e objectivos e acompanha
os resultados para contínuo benefício da organização que representa.


Um Líder, na sua formação, deve passar, essencialmente, por 3 patamares de níveis de exigência diferenciados:

1- Saber / fazer uma boa Liderança a nível pessoal

2- Saber / fazer um elevado nível de Motivação, das equipas lideradas, tendo presente os resultados e metas a alcançar.

3- Saber / fazer uma Liderança Estratégica, definido correctamente “ O que” deve e não deve ser feito .

Em futuros capítulos sobre este tema, poderemos abordar cada um destes patamares , por agora quero deixar algumas Reflexões / Provocações.

Não é bom Líder quem quer, em tão pouco se nasce um Bom Líder.
Uma boa Liderança, enquanto acção do Líder, também não se esgota com a obtenção de qualquer grau académico. Ela será sempre o resultado de um trabalho árduo e inteligente, na busca das melhores soluções para levar outras pessoas a surpreenderem-se , pela positiva, com a dimensão dos resultados que conseguem atingir graças ao elevado nível de auto motivação que desenvolvem, numa procura contínua de melhoria de processos e métodos.

O sucesso de um bom Líder é o sucesso, nos resultados, dos seus liderados e não o seu enriquecimento pessoal !

Entre as diversas características / qualidades, dos Líderes, que podemos vir a desenvolver, no futuro, hoje, quero deixar a ideia de que actualmente e nos mais variados locais da Terra, existe um enorme consenso, entre as pessoas com experiências positivas em Liderança, de que um bom Líder tem de ser alguém capaz de desenvolver uma Visão clara, sobre as Metas que pretende atingir, devidamente suportada por Valores e Princípios Éticos que o auto-motivem a alcançar os seus propósitos, e capaz de partilhar essa Visão, Valores e Princípios com os seus liderados. O Líder tem dar o exemplo de estar na frente, em tudo o que pretende dos outros !

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

TEMPUS

CAPÍTULO I

O primeiro capítulo deste blog é dedicado ao sector TEMPUS (nunca houve, não há, nem nunca haverá, boas Lideranças sem rigor no recurso Tempo). Hoje abordámos os mais antigos instrumentos de medição do tempo. Outros se seguirão, mas o próximo capítulo irá ser dedicado ao sector LIDERANÇAS ( tão necessárias ...em Portugal!).

O GNOMOM E OS RELÓGIOS DE SOL

MARCOS

Relógio é o nome que se dá a todo e qualquer instrumento destinado a medir o tempo.

A origem do relógio perde-se nos séculos, mas a história ensina-nos ser quase certo que o tempo foi, pela primeira vez, medido com o auxilio dos astros. O seu percurso, pela abóbada celeste, proporcionou ao homem a noção do tempo em relação ao espaço.

O primeiro instrumento, de medida do tempo, de que há conhecimento é o GNÔMON ou relógio solar ( Judeia- 600 a.C. e Egipto-400 a.C ).
Trata-se de obelisco, que iluminado pelo sol projectava a sua sombra no solo movendo-se esta com o passar do tempo. O espaço percorrido pela sombra era fraccionado criando-se assim a divisão do tempo

Quadrante Solar

Com o aperfeiçoamento da leitura do tempo, pela projecção da sombra do Gnomom , chegou-se ao QUADRANTE SOLAR , inventado por Anaximandro de Mileto ( 380 a.C.)
Este quadrante ou mostrador, convenientemente dividido veio permitir, então, a medição relativamente certa do tempo, porém a contagem de pequenas fracções continuava a ser difícil.

O rigor nos processos de cálculo deste Relógios de Sol não parou de aumentar e ainda que , a partir do inicio do século XIV, começassem a perder alguma importância, devido ao aparecimento dos primeiros relógios mecânicos, a verdade é que continuaram a manter um importante papel Social, mesmo para além da descoberta do pêndulo (Galileo - 1641), equipando Igrejas, Conventos, Palácios e espaços públicos , como medidores do tempo nas suas mais variadas formas e com possibilidade de medir intervalos de tempo de um minuto.

Embora substituídos na sua função de medição do tempo, este relógios têm desempenhado também um importante papel pedagógico na formação, da juventude sobre a rotação da terra em torno do sol e de decoração, em jardins públicos e fachadas de edifícios.

A necessidade de possuir um meio de medir o tempo em intervalos menores e independentemente das situações atmosféricas, que os relógios solares não permitia, levou o homem a inventar outros instrumentos, como a clepsidra, a ampulheta e o relógio de azeite.

Ampulheta

A ampulheta, ou relógio de areia é constituída por dois cones de vidro, ligado por um pequeno orifício com areia no seu interior. Colocada na vertical, a areia passa de um cone para o outro, durante um período de tempo pré determinado. Normalmente a ampulheta mede pequenos períodos de tempo e até à pouco tempo ainda era usada, nas escolas, para determinar os períodos das provas orais.A sua origem é também muito antiga. princípio da era critã.

Clepsidra

A Clepsidra é um engenhoso sistema mecânico de medição do tempo, tendo por base o princípio dos vasos comunicantes. É o primeiro relógio, conhecido, a usar o mostrador dividido em 12 ou 24 horas. Da sua história, conta-se que no ano 721, da nossa era, o astrónomo Chinês Y. Hang inventou um deste relógios, que conjugado com um sistema de rodas dentadas indicava o movimento de planetas.

Relógio de Chama

Constituído por uma ampola de vidro, graduada e cheia de azeite. Um chama na sua base ia consumindo o azeite e assim deixando a descoberto a informação da hora. Tal como a Clepsidra e a Ampulheta, era independente do sol. Um vantagem para a época !

Posição relativa de um lugar na terra, relativamente ao seu Meridiano e ao plano do Equador

A Longitude de um lugar

A Latitude de um lugar

Disco Equatorial

Com base na rotação rotação da terra,em torno do sol, é fácil idealizar a projecção sombra do eixo da terra sobre o plano do equador.

Relógio Equatorial

Trata-se do mais simples dos relógios de solares . O Gnomom, paralelo ao eixo da terra, faz um ângulo de 90º com o mostrador

Relógio Analemático

Menos divulgados do que os Verticais e Horizontais, são particularmente interessantes como indicadores da hora, em grandes espaços ao ar livre, jardins públicos etc. São também conhecidos por relógios humanos, dado que Gnomom é sempre uma pessoa.

Relógio Horizontal Meridional

Tal como os relógios verticais, estes relógios foram muito populares e encontram-se espalhados por todo o mundo. Existem muitos em Portugal.

Relógio Vertical - Rico

Trata-se de Relógio aplicado na fachada de uma Igreja em Inglaterra
Relógio solar de portátil / pulso

Pouco vulgar, pouco prático, mas obviamente possível !

TEMPUS... do Sol !

Relógio Declinante Oriental - Projecto do autor do Blog