Cálculo de uma roda perdida - MINUTERIA:
Minuteria, é o mecanismo que nos permite, através dos ponteiros, a indicação das horas e dos minutos. Por conseguinte existem minuterias de 12 e de 24 horas, consoante a relação ente o movimento dos ponteiros das horas e minutos é de 1 para 12 ou de 1 para 24.
A minuteria é constituída por 4 peças essenciais:
1-“ Chaussé “ ou carreto ( C ), fixado no eixo da roda do centro, suporte do ponteiro dos minutos e órgão motor deste mecanismo.
2-Roda da minuteria ( M ), que engrena com o “ Chaussé “
3-Carreto da minuteria ( cM ), solidário com a roda da minutera
4-Roda de Horas ( H ), por no seu canhão, ser aplicado o ponteiro das horas.
NOTA:
Para detalhes, de cálculo, consultar a página TECNOLOGIA DE RELOJOARIA deste Blog
Relojoaria já foi uma actividade principal do autor deste blog. Hoje é um hobby, que o autor cultiva, para colaborar na difusão da tecnologia de precisão, secular, e da beleza artista, que a maioria dos relógios mecânicos, consubstancia e que tantos admiradores tem granjeado à volta do mundo. Comentários e outras colaborações são bem vindos, para ajudarem a desenvolver este blog.
curiosidades
BEM VINDOS !
Caros amigos, apreciadores da arte e da tecnologia de relojoaria, de todos os tempos. Este blog é nosso . Colaborem com as vossas ideias e sugestões.
Caros visitantes este Blog vai passar a ter duas páginas. Esteja atento à nova página: TECNOLOGIA DE RELOJOARIA.
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BEM VINDOS !
Jaime F. Ribeiro
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
RESTAUREM OS VOSSOS VELHOS RELÓGIOS MECÂNICOS - Exemplos
Obras primas da engenharia e da mecânica de precisão, os velhos relógios mecânicos, alguns com centenas de anos, quando devidamente restaurados, adquirem valor material e intangível, para quem os tem, absolutamente inquestionável .
Em baixo mostro três exemplos incontornáveis: Relógio de Torre Cousinha - Portugal, Máquinas de Paris e Morez .
Descubram-os e estimem-os ! ...
Em baixo mostro três exemplos incontornáveis: Relógio de Torre Cousinha - Portugal, Máquinas de Paris e Morez .
Descubram-os e estimem-os ! ...
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
CURIOSIDADES DA RELOJOARIA PORTUGUESA
2- Primeira rede horária nacional sincronizada
Quem tenha acompanhado a evolução Sistema Eléctrico Nacional sabe que este teve a sua origem no início da década de 50 do século XX, com o arranque do primeiro Plano de Fomento Nacional, que veio dinamizar a construção de barragens hidroeléctricas. Foram pelo menos 12 as barragens construídas naquela década, com um total de 840 MW instalados.
A industrialização do país, na consequência daquele Plano de Fomento e de outros que se seguiram impuseram um ritmo crescente de produção de electricidade de tal forma que em meados dos anos 70 Portugal dispunha de 21 centrais hidroeléctricas que perfaziam cerca de 2500 MW de potencia instalada, para além da produção térmica, que entretanto se começou a desenvolver e de tal forma que representa hoje cerca de 65 % do total da potencia instalada.
De forma semelhante ao que acontece hoje, em meados dos anos 60 do século XX Portugal dispunha de três infra-estruturas básicas desde a produção até distribuição de electricidade. Efectivamente existiam várias empresas produtoras ( hidros e térmicas ), uma única empresa transportadora em alta tensão, a CNE- Companhia Nacional de Electricidade ( que comprava às produtoras e vendia às distribuidoras) e várias empresas distribuidoras que faziam chegar a electricidade a casa das pessoas e às empresas ).
Se inicialmente o importante era produzir electricidade, a partir do princípio dos anos 60, começou a haver consciência do desperdício que então havia, nas várias fases do sistema e da necessidade de serem introduzidos processos de controlo que melhorassem a produtividade da rede.
Um desse desperdícios claramente identificado dizia respeito ao desfasamento existente nos processos de medição do tempo entre os três operadores do Sistema Eléctrico Nacional.
Esta questão eram importante porque um disparo numa subestação do transportador ( CNE ), que provocasse uma falta de energia na subestação do distribuidor ( ex CRGE ), era certo e sabido que dava origem a enorme discussão devido ao desacordo, entre as partes, sobre a hora exacta em que havia ocorrido o respectivo corte de energia, porque os valores em causa eram obviamente elevados.
No primeiro trimestre de 1965, estava eu a estagiar em Inglaterra, fui procurado pelos responsáveis do então Laboratório da CNE, em Sacavém ( mais tarde Serviços Técnicos Especiais ), que me convidaram para ingressar na companhia e assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento do projecto de uma rede horária nacional, para a empresa, mas que ao mesmo tempo pudesse servir de referência para os produtores e distribuidores de electricidade.
A surpresa não podia ser maior. Porquê eu ? Porquê agora ? como me descobriam ? como me vou sair desta ? etc, etc.
Fui então informado das necessidades da companhia em resolver o seu problema de falta de sincronização dos sistema horários existente, que a solução seria uma rede horária sincronizada, que o então administrador da empresa ( Eng. Ferreira Dias ) havia visto na Electricité de France, mas que havia exigido aos responsáveis pelo Laboratório que os futuros relógios a instalar tivessem origem nacional e que a razão da minha escolha havia resultado da sugestão do meu antigo professor e mestre de relojoaria, o Suíço H. Walter Sutter, então director da Fabrica Nacional de Relógios – Reguladora, em V.N. Famalicão , que por falta de disponibilidade se havia recusado a desenvolver o projecto e os protótipos, mas que uma vez estes desenvolvidos fabricaria os relógios.
Postas as coisas neste termos e tendo presente o meu interesse pela relojoaria decidi aceitar a oferta que me fizeram e em Junho de 1965 iniciei o projecto da rede horária nacional sincronizada da CNE, com o desenvolvimento e produção dos relógios protótipo, que completei em finais de 1966. Convém lembrar que nesta época a empresa dispunha de um Laboratório excelentemente equipado com equipamento apropriado, nomeadamente, para o fabrico de peças para a manutenção e reparação de aparelhos de medida eléctricos espalhado pelas subestações no país.
Terminados os protótipos e quando me propunha a discutir com o meu antigo Mestre de relojoaria (Walter Sutter ), a produção industrial pela Reguladora, sou informado de que ele havia rescindido o seu contracto e que ia regressar à Suíça. Mais, informou-me que me havia recomendado, à administração da Reguladora, como seu substituto.
Após algumas hesitações, com a compreensão dos meus chefes e o apoio da família, em Fevereiro de 1967 lá ”imigrei” para Famalicão e em meados de 1970 havíamos completado a entrega, aos Serviços Técnicos Especiais da CNE dos relógios encomendados, com a configuração que se mostram em baixo.
Numa próxima entrada iremos mostrar o circuito eléctrico deste relógios e as facilidade por eles proporcionadas.
Aspecto exterior de uma unidade de comando
Vista interior dos Relógios e caixa de comandos
Esquema eléctrico de um dos Relógios
Quem tenha acompanhado a evolução Sistema Eléctrico Nacional sabe que este teve a sua origem no início da década de 50 do século XX, com o arranque do primeiro Plano de Fomento Nacional, que veio dinamizar a construção de barragens hidroeléctricas. Foram pelo menos 12 as barragens construídas naquela década, com um total de 840 MW instalados.
A industrialização do país, na consequência daquele Plano de Fomento e de outros que se seguiram impuseram um ritmo crescente de produção de electricidade de tal forma que em meados dos anos 70 Portugal dispunha de 21 centrais hidroeléctricas que perfaziam cerca de 2500 MW de potencia instalada, para além da produção térmica, que entretanto se começou a desenvolver e de tal forma que representa hoje cerca de 65 % do total da potencia instalada.
De forma semelhante ao que acontece hoje, em meados dos anos 60 do século XX Portugal dispunha de três infra-estruturas básicas desde a produção até distribuição de electricidade. Efectivamente existiam várias empresas produtoras ( hidros e térmicas ), uma única empresa transportadora em alta tensão, a CNE- Companhia Nacional de Electricidade ( que comprava às produtoras e vendia às distribuidoras) e várias empresas distribuidoras que faziam chegar a electricidade a casa das pessoas e às empresas ).
Se inicialmente o importante era produzir electricidade, a partir do princípio dos anos 60, começou a haver consciência do desperdício que então havia, nas várias fases do sistema e da necessidade de serem introduzidos processos de controlo que melhorassem a produtividade da rede.
Um desse desperdícios claramente identificado dizia respeito ao desfasamento existente nos processos de medição do tempo entre os três operadores do Sistema Eléctrico Nacional.
Esta questão eram importante porque um disparo numa subestação do transportador ( CNE ), que provocasse uma falta de energia na subestação do distribuidor ( ex CRGE ), era certo e sabido que dava origem a enorme discussão devido ao desacordo, entre as partes, sobre a hora exacta em que havia ocorrido o respectivo corte de energia, porque os valores em causa eram obviamente elevados.
No primeiro trimestre de 1965, estava eu a estagiar em Inglaterra, fui procurado pelos responsáveis do então Laboratório da CNE, em Sacavém ( mais tarde Serviços Técnicos Especiais ), que me convidaram para ingressar na companhia e assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento do projecto de uma rede horária nacional, para a empresa, mas que ao mesmo tempo pudesse servir de referência para os produtores e distribuidores de electricidade.
A surpresa não podia ser maior. Porquê eu ? Porquê agora ? como me descobriam ? como me vou sair desta ? etc, etc.
Fui então informado das necessidades da companhia em resolver o seu problema de falta de sincronização dos sistema horários existente, que a solução seria uma rede horária sincronizada, que o então administrador da empresa ( Eng. Ferreira Dias ) havia visto na Electricité de France, mas que havia exigido aos responsáveis pelo Laboratório que os futuros relógios a instalar tivessem origem nacional e que a razão da minha escolha havia resultado da sugestão do meu antigo professor e mestre de relojoaria, o Suíço H. Walter Sutter, então director da Fabrica Nacional de Relógios – Reguladora, em V.N. Famalicão , que por falta de disponibilidade se havia recusado a desenvolver o projecto e os protótipos, mas que uma vez estes desenvolvidos fabricaria os relógios.
Postas as coisas neste termos e tendo presente o meu interesse pela relojoaria decidi aceitar a oferta que me fizeram e em Junho de 1965 iniciei o projecto da rede horária nacional sincronizada da CNE, com o desenvolvimento e produção dos relógios protótipo, que completei em finais de 1966. Convém lembrar que nesta época a empresa dispunha de um Laboratório excelentemente equipado com equipamento apropriado, nomeadamente, para o fabrico de peças para a manutenção e reparação de aparelhos de medida eléctricos espalhado pelas subestações no país.
Terminados os protótipos e quando me propunha a discutir com o meu antigo Mestre de relojoaria (Walter Sutter ), a produção industrial pela Reguladora, sou informado de que ele havia rescindido o seu contracto e que ia regressar à Suíça. Mais, informou-me que me havia recomendado, à administração da Reguladora, como seu substituto.
Após algumas hesitações, com a compreensão dos meus chefes e o apoio da família, em Fevereiro de 1967 lá ”imigrei” para Famalicão e em meados de 1970 havíamos completado a entrega, aos Serviços Técnicos Especiais da CNE dos relógios encomendados, com a configuração que se mostram em baixo.
Numa próxima entrada iremos mostrar o circuito eléctrico deste relógios e as facilidade por eles proporcionadas.
Aspecto exterior de uma unidade de comando
Vista interior dos Relógios e caixa de comandos
Esquema eléctrico de um dos Relógios
sábado, 29 de janeiro de 2011
CURIOSIDADES DA RELOJOARIA PORTUGUESA
1- HOMENAGEM AO PADRE " Relojoeiro " JOÃO LIMA TORRES
Até meados do século passado os chamados Relógios de Torre, tiveram uma importância fundamental na informação das horas ás populações, com particular ênfase nas pequenas e médias comunidades, onde além da indicação das horas e meias horas havia também o tocar de uma melodia tendo, em Portugal, ficado muito popular a conhecida a Avé Maria de Fátima, introduzida pela Reguladora, nos seus carrilhões.
Dois locais público, adquiriram a primazia da colocação deste relógios ; Igrejas e Edifícios Municipais. Não é por isso de estranhar que alguns Padres, enquanto homens de cultura e ciência, tenham encontrado na relojoaria um hobby para os seus tempos livres.
Em 1970, enquanto director da Fabrica de Nacional de Relógios –Reguladora, em V.N. Famalicão, fui contactado por uma irmã de um convento, em Barcelos, sobre o interesse , para a Fábrica, na aquisição do espólio de relojoaria do falecido padre João de Lima Torres.
Observado o material exposto, conclui que tal não tinha qualquer interesse para a fábrica , mas que o mesmo poderia ter alguma utilidade para um relojoeiro reparador. Aconselhei, por isso a irmã a contactar os relojoeiros de Barcelos e eventualmente de Braga sobre o assunto.
A irmã agradeceu a minha deslocação e para me compensar fez questão de me oferecer um envelope que continha um livro, sobre relógios eléctricos e alguma documentação sobre a actividade relojoeira do Padre Lima Torres.
“ Religiosamente “ guardei aqueles documentos e são alguns extractos deles que hoje publico, neste blog, por considerar relevante a sua divulgação, sobretudo para aqueles que como eu se interessam pela relojoaria, independentemente de até exercerem outra actividade.
O padre João Lima Torres, não se limitava a apreciar os relógios, como estudioso e inventor criava os seus próprios relógios, desenhando e calculando peças e sistemas para relógios de torre que depois mandava produzir em oficinas do Porto ( J. Ramos & Irmão ) e com o recurso a peças de relógios do Jura Francês, onde este relógios se fabricavam desde meados do século XVIII e que na altura tinha um importador em Albergaria-a-Velha ( Miguel Marques Henriques ).
Pelas informações que obtive, embora não o possa afirmar categoricamente, tudo indica que tenha sido o Padre João Lima Torres o mentor, senão o autor, da introdução da melodia Avé Maria de Fátima nos relógios da Reguladora.
A seguir mostro três documentos, com cálculos e desenhos para o relógio da torre da igreja de São Romão – Barcelos e duas fotos do respectivo relógio, datado de 1950.
Até meados do século passado os chamados Relógios de Torre, tiveram uma importância fundamental na informação das horas ás populações, com particular ênfase nas pequenas e médias comunidades, onde além da indicação das horas e meias horas havia também o tocar de uma melodia tendo, em Portugal, ficado muito popular a conhecida a Avé Maria de Fátima, introduzida pela Reguladora, nos seus carrilhões.
Dois locais público, adquiriram a primazia da colocação deste relógios ; Igrejas e Edifícios Municipais. Não é por isso de estranhar que alguns Padres, enquanto homens de cultura e ciência, tenham encontrado na relojoaria um hobby para os seus tempos livres.
Em 1970, enquanto director da Fabrica de Nacional de Relógios –Reguladora, em V.N. Famalicão, fui contactado por uma irmã de um convento, em Barcelos, sobre o interesse , para a Fábrica, na aquisição do espólio de relojoaria do falecido padre João de Lima Torres.
Observado o material exposto, conclui que tal não tinha qualquer interesse para a fábrica , mas que o mesmo poderia ter alguma utilidade para um relojoeiro reparador. Aconselhei, por isso a irmã a contactar os relojoeiros de Barcelos e eventualmente de Braga sobre o assunto.
A irmã agradeceu a minha deslocação e para me compensar fez questão de me oferecer um envelope que continha um livro, sobre relógios eléctricos e alguma documentação sobre a actividade relojoeira do Padre Lima Torres.
“ Religiosamente “ guardei aqueles documentos e são alguns extractos deles que hoje publico, neste blog, por considerar relevante a sua divulgação, sobretudo para aqueles que como eu se interessam pela relojoaria, independentemente de até exercerem outra actividade.
O padre João Lima Torres, não se limitava a apreciar os relógios, como estudioso e inventor criava os seus próprios relógios, desenhando e calculando peças e sistemas para relógios de torre que depois mandava produzir em oficinas do Porto ( J. Ramos & Irmão ) e com o recurso a peças de relógios do Jura Francês, onde este relógios se fabricavam desde meados do século XVIII e que na altura tinha um importador em Albergaria-a-Velha ( Miguel Marques Henriques ).
Pelas informações que obtive, embora não o possa afirmar categoricamente, tudo indica que tenha sido o Padre João Lima Torres o mentor, senão o autor, da introdução da melodia Avé Maria de Fátima nos relógios da Reguladora.
A seguir mostro três documentos, com cálculos e desenhos para o relógio da torre da igreja de São Romão – Barcelos e duas fotos do respectivo relógio, datado de 1950.
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